domingo, 21 de julho de 2013

Falta padre no Nordeste, região mais católica do País; distribuição é desigual


O papa Francisco, primeiro líder latino-americano da história da Igreja, está prestes a visitar o maior país católico do mundo. Se fosse rodar além do Rio e de Aparecida, o pontífice certamente conheceria um país de desigualdades - incluindo aí o acesso dos fiéis aos padres. Dados oficiais da Igreja mostram que a região mais católica do Brasil, o Nordeste, com 72,2% da população professando essa religião, é a que menos tem padres em relação ao tamanho da sua população.


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Os números são da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e foram compilados pela reportagem. E revelam um Brasil dividido: enquanto no Paraná há um padre responsável por 5,9 mil habitantes, essa média chega a ser mais de duas vezes maior no Maranhão: 13,7 mil pessoas por sacerdote. O Estado nordestino, vale lembrar, tem proporção de católicos bem acima da média nacional - 74% ante 64%.

Lá, a região com mais falta de padres é o entorno da cidade de Caxias, na fronteira com o Piauí. São quase 700 mil habitantes, mas só 30 padres para atendê-los - ou seja, uma média de 21,9 mil habitantes para cada religioso. O problema se agrava na zona rural, onde há povoados cuja igreja só recebe missa uma ou duas vezes por ano.

Esse é o caso de Estiva, um lugarejo com cerca de 30 casas erguido à beira da BR-316, a 52 km de Teresina. Os moradores dali só veem um padre duas vezes por ano - no festejo de Nossa Senhora de Fátima e na missa anual, que neste ano foi rezada em maio. “Os moradores têm de ir para outro povoado para batizar seus filhos”, afirmou a professora Conceição Brito, que leciona no local. “Agora está mais fácil. Antigamente, já teve época que, se chovesse, só haveria casamento ou batizado um ano depois”, contou José Ribamar Silva, morador da região.

Fonte:O Estadão

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